sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Voltando.



To de volta.



Após meses sem escrever, devido ao retorna a terra brasilis, adaptação, documentos e uma conexão de internet que estava me tirando do sério, mas que consegui resolver(basta trocar de operadora), estou de volta.



Continuarei a escrever sobre as aventuras na terra do sol nascente e também dar espaço para relatos de vários amigos que por lá deixei.



Estarei, também, escrevendo num blog que estou criando, sobre essa maravilhosa terra que estou morando o Amazonas e suas belezas naturais.



Nesse novo blog o Kaoru Noda-Vida Amazônica, contarei como é o dia a dia nessa terrinha.

Um forte abraço a todos.

Texto e fotos:Kaoru Noda

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Cachoeiras de Hakushu.

Hoje ao invés de escrever, deixo estas imagens das cachoeiras de Hakushu, situado nos alpes do sul, no vale Ojirogawa, na bela província de Yamanashi, pelo qual me fez voltar várias vezes para ver esse paraíso de perto.


Cachoeira Jinjya(Jinja)


Cachoeira Asahi


Cachoeira Yurigabuchi


Piscina natural


Cachoeira Jinjya(Jinja) de outro ângulo

Para quem desejar ir é só pegar a rodovia 20 até a cidade de Hokuto, na província de Yamanashi, que logo encontrará placas indicando o local.
No verão aproveite para se deliciar nas àguas geladas das cachoeiras que são seis no total, seus riachos e fazer uma trilha pelo vale, podendo esticar até o monte Hinata ou fazer a longa trilha até o monte Kaikomagatake, mas cuidado com os animais como os ursos e javalis, fauna abundante no local.
Fotos:Kaoru Noda e Teru.
Texto:Kaoru Noda.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Monkey Magic


O escalador Idomoto, conquistando seu sonho

Ontem, assistindo a tv, vi uma reportagem que me chamou a atenção pela dimensão do projeto.

Era uma matéria sobre uma entidade, chamada Monkey Magic, da qual transformou o sonho de vários deficiêntes visuais em realidade ao se propor a ensinar os prazeres da escalada para pessoas que pareciam ser impossível.

Com muito esforço e dedicação, até conseguiram incluir vários jovens portadores dessa deficiência num torneio realizado na província de Nagasaki, com apoio maciço da iniciativa privada e fazendo com que um deles alcançasse a decima oitava posição, que não deu o direito a disputar a final, mas mostrou que a força de vontade traz recompensas e que sonhos podem se realizar.

Parabéns a Monkey Magic.

Foto:Monkey Magic

Texto:Kaoru Noda

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Revista Alternativa

Essa semana, saiu mais uma edição quinzenal da Revista Alternativa, uma publicação voltado aos mais de 400.000 brasileiros que residem no Japão.

Dentre as matérias, enfocou o montanhismo entre nikkeis no Japão, com onze páginas, já que estamos no começo do verão e início da temporada, incentivando o pessoal a praticar essa maravilhosa modalidade.

Além de ter sido entrevistado, auxiliei na matéria com dicas, cuidados, aspectos, materiais e melhores trilhas para o verão e estradas de acesso.

Espero que tenha contribuído um pouco para o crescimento do montanhismo entre a comunidade nikkei, já que a maior dificuldade dos brasileiros nessa terra, são as informações que na maioria estão em japonês, dificultando a leitura para muitos, salvo em lugares famosos como o monte Fuji, que tem infos em inglês.

Foto:Revista Alternativa
Texto:Kaoru Noda

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dessa vez não deu.

Há tempos, combinara com um amigo surfista de nome Onoue, que o levaria a conhecer uma das mais belas montanhas dos alpes do norte o monteTsubakuro.

Esse ano, devido a crise e de ter sido a vítima, fiquei no seguro desemprego, menos mau, já que teria tempo de sobra agora para minhas aventuras.

Esperei um dia de tempo bom para que fossemos num bate e volta para aquele belo lugar de onde se dá para avistar vários picos ao redor e suas belezas naturais.

Convidei mais um grande companheiro o Carlos e marcamos para nos encontrar na saída da rodovia expressa Nagano na cidade de Toyoshina bem cedo, num sábado de sol e clima agradável.

Chegamos primeiro e em seguida, Carlos chegou, arrumamos os equipos e partimos rumo as termas Nakabusa que é o início da trilha até o monte de trecho curto, mas cansativo, esperando que tudo fosse como o planejado, mas não foi bem assim, já que o nosso amigo Murphy resolveu nos acompanhar nessa aventura cheio de falhas e muita confiança da minha parte.


Logo no início fomos recebidos pela fauna local, com seus alegres macacos que de galho em galho procuravam alimentos e nos olhavam com aquele olhar desconfiado querendo nos dizer algo.

Como não entendi, segui em frente pela gostosa trilha rumo ao primeiro abrigo o Gasen Koya, distante umas três horas do ponto de partida.

Durante o trajeto, comecei a notar as nuvens em volta que estavam se formando, mas não dei bolas acreditando somente na previsão que vira logo de manhã e dizia que seria um dia belo, sem chuvas e ventos.


Adiante, começamos a ouvir o que não queríamos ouvir, trovões a nos avisar que deveríamos estar em casa dormindo que ganharíamos mais e os ventos, muito forte, fazendo com que trouxessem mais e mais nuvens em nossa direção.

Para piorar, veio as primeiras gotas e queria acreditar que fossem restos de neve que o vento trazia até nós, mas diabos, era chuva mesmo, foi então que ao verificar numa parada para descanso, que tinha esquecido o meu belo conjunto amarelo para chuva e rezei para que não chovesse muito e realmente não choveu tanto para nos molhar e nos apressamos para chegar ao abrigo, antes que São Pedro ou seria monge Pedro oriental , mudasse de idéia e nos desse o tão sonhado banho de sábado.


Enfim ,chegamos ao abrigo onde o dono nos recebeu muito bem e aproveitamos para comer algo como barras de cereais energéticos e consultar o mesmo sobre as condições da montanha para aquela manhã.

A resposta que veio era a que não queríamos ouvir.Ventos fortes, chuva e muita neve dali pra frente.

Não estava contando com tudo isto, já que a bendita previsão dizia o contrário e foi ai que me lembrei do meu diretor que sempre dizia para ir preparado e não subestimar a montanha, nunca.


Despreparo?Confiança?Falha?Sim, tudo isso e muito mais.Já tinha esquecido do conjunto pra chuva, fui com uma bota para trilhas médias, não levei os crampons e piolet, fora um corta vento e por cima subestimei a quantidade de neve lá no topo.

No abrigo, conversamos e decidimos ir assim mesmo e ver no que dava e se demos mau, já que começou a chover e fez da neve um belo sabão, mas assim mesmo seguimos em frente até que a neve começou a ficar mais profunda e nos fez dar meia volta, faltando pouco para chegar até o ùltimo abrigo, mas fazer o que, acompanhado do Murphy é assim mesmo.Voltamos ao primeiro abrigo e como não restava mais nada a não ser voltar, fizemos a refeição por lá regado a cerveja, logo de manhã.

A cada montanhista que chegava ao local todo equipado, me fazia pensar o que estava fazendo lá, logo eu que nunca negligenciei nada.Será que foi a preguiça que tomou conta?

Sabe lá o que se passou na minha cabeça dessa vez.

O bom foi que apesar de tudo, ainda deu para apreciar a paisagem ao redor antes da chuva e a trilha muito bela, com sua fauna e flora de encher os olhos.

Não foi dessa, mas ela a montanha vai estar lá.Sei que não irei mais, pois retorno ao Brasil em julho, mas meus amigos poderão ir a qualquer dia.

Gostaria de colocar as fotos que mostram como estava a neve lá em cima, mas não ficaram boas.Coloquei as do meio da trilha que eram muito poucas e que gostaria que fosse assim até o final.

Lembrando, ao chegar lá em baixo o tempo tava maravilhoso, com muito sol.Não era o meu dia...

Texto e fotos:Kaoru Noda

sábado, 6 de junho de 2009

Um sonho acima dos 3.000 metros.

Topo do monte Norikura, 3.026metros, Carlos Sato a esquerda e eu

Durante essa minha vida de montanhista, conheci muitas pessoas da qual fiz amizades e compartilhamos a mesma trilha juntos em diversos lugares do arquipélago japonês.

Dentre essas amizades, destaco um amigo chamado Carlos Sato que hoje, respeito pelo esforço, dedicação e amor as montanhas.

Acompanhei desde o início de seu interesse pelas montanhas até hoje de seu sonho de fazer todos os 3.000 metros que existe nesse país, do qual era meu sonho também, mas terei que deixar para uma próxima, devido a crise que nos afetou e me faz voltar a terra brasilis.

Bom, vamos falar desse sonho.

Belo dia, Carlos me chega com uma revista que listava todas as montanhas acima de 3.000 metros que existe aqui e me convidou para essa façanha.

Pesquisei e soube que não havia nenhum brasileiro ou mesmo, estrangeiro que tivesse completado todas e isso me fez mais uma vez sonhar.

Subimos algumas e sempre contando as que restavam, como numa contagem regressiva e de lá avistávamos as outras que pareciam tão próximas e isso fazia com que sonhássemos cada vez mais.

Como éramos de setores diferentes na mesma empresa, nossas folgas não coincidiam, mas assim que aparecia alguma chance, estavamos lá, nem sempre numa de 3.000 metros, mas sempre treinando para a próxima.

Não vai ser dessa vez amigo, mas sei que você vai conseguir e estou torcendo para isso, apesar das dificuldades que assola esse país.

Te respeito e admiro pela sua dedicação e amor as montanhas.

Te dedico este texto a você, grande amigo.

Força e um forte abraço.Sei que conseguirá.

Texto:Kaoru Noda.

Foto:Carlos Sato.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Riscos do montanhismo no Japão



Resgate de um montanhista(foto:Esquadrão de resgate da polícia de Nagano)

Para nós montanhistas, nada melhor que estar ao ar livre em algum pico,serra ou rocha, seja fazendo um simples trekking ou escalando uma via.

Antes da entrada do verão que se aproxima nessas terras e da alta temporada que vai de maio até outubro, dependendo da região onde se quer praticar a nossa amada modalidade, resolvi escrever sobre os cuidados e riscos ao se aventurar pelas belas montanhas do Japão.

Todos os anos, milhares, mas milhares mesmo, de pessoas se aventuram por todas as montanhas desse arquipélago.Só para se ter idéia, na região de Kamikouchi, uma das entradas para os alpes do norte, uma das mais belas daqui, são 130.000 pessoas, monte Fuji 150.000 pessoas sem falar nos alpes do sul,central, cadeia Yatsugatake e outras, já que esse país parece só ter montanhas.Isso só no verão, pois nem todos gostam de neve e no inverno, esse fluxo diminui.

Em sendo um país com uma vasta cultura no montanhismo, também é grande o número de acidentes envolvendo os aventureiros de várias idades.

A cada acidente, são acionados os esquadrões de resgate em montanhas, tanto da polícia como os voluntários para que os aventureiros voltem são e salvos para sua casa, mas nem sempre isso é possível. Para que você possa continuar fazendo o que mais gosta, o gasto com resgates sai caro e sabe quanto essa brincadeira custa?

Os locais(japoneses) sabem do riscos e valores para te tirar de um "perrengue", mas muitos compatriotas não e é isso que quero deixar claro aqui.

No caso de ser acionado os esquadrões de resgate da polícia e seus helicópteros(sempre será acionado um helicóptero), sai de graça.Sim você não terá que pagar nada, já que esse valor, nós os contribuintes que vamos ajudar a pagar, mas como a aeronave não é só para nos resguardar, já que tem outros afazeres e não estiver disponível, se tentará uma aeronave da policia de uma província mais próxima, mas se mesmo assim não der, ai entra os helicópteros particulares na busca e os valores são astronômicos para nós seres humanos.Vamos ao valores.

No caso de uso de uma aeronave particular nas buscas, cada minuto sai em torno de 10.000 ienes(aprox.100 dólares.), então deduzimos que 60 minutos sairá 600.000 ienes(aprox.6.000 dólares), isso já contando desde a saída da base aérea até o local.Se dentro desse tempo, já que vai contar as condições metereológicas e outros imprevistos, pode haver mais acréscimo dos valores, pode ser que você tenha que trabalhar muito para pagar todos os custos de um final de semana que seria apenas uma trilha ou rocha.

Há alguns anos atrás, um grupo de montanhistas da universidade de Osaka, fazendo uma invernal, ficou preso nos alpes do norte e levou se três dias até que pudessem resgatá-los devido às màs condições do tempo e para cada um saiu uma bagatela de 6.000.000 de ienes a brincadeira(aprox60.000 dólares) e como não possuiam seguro, tiveram que arcar com os custos.

Eu disse seguro?Sim, existem várias seguradoras aqui que tem seguros específicos para nós, os montanhistas e escaladores que cobrem até 2.000.000 ienes(aprox.20.000 dólares).Pouco?Sim, parece pouco, mas imagina se você não possuir um, além do mais que o custo do seguro sai bem em conta em torno de 40.000~115.000 ienes(aprox.400~1.150 dólares) por ano e também cobre hospitalizações, operações, danos a terceiros e morte.

Então, antes de sair por ai, pensem bem sobre os riscos para depois não ficar se lamentando.

O que éra para ser uma aventura, pode se tornar um pesadelo.

Espero que esse meu texto ajude a entender sobre os riscos de uma aventura.

Aventure-se consiente.Nunca pensem que comigo não acontece.

Foto:Esquadrão de resgate em montanhas da policia de Nagano

Texto:Kaoru Noda

sábado, 30 de maio de 2009

Um click e uma bela imagem

Uma bela foto tirada na nossa subida ao monte Kita pelo meu grande amigo e excelente fotógrafo Jackson Okamoto.
Não precisa de mais explicações.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Belezas naturais II

Existe uma simplicidade que não passa despercebida aos nossos olhos, já que montanhas não são apenas trilhas, rochas e picos.

































Fotos:Kaoru Noda

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Um pulo até o monte Fuji

Monte Fuji visto do monte Kita, pela manhã(foto:Mario Kenji)

De todas as montanhas que existe nesse arquipélago o monte Fuji é uma grande referência em termos de montanha, pela sua beleza e por ser a mais alta da terra nipônica.

Sempre visto como um simbolo de exuberância pelo povo japonês, além de ser o cartão postal desse país é também uma montanha que recebe visitantes de várias partes do mundo durante a temporada de verão, estimando que só nos meses de julho e agosto, que é a alta temporada, mais de 150.000 pessoas tentem a façanha de subir o monte, de 3.776metros.

Durante todo tempo que morei aqui, nunca me interessei em subir o monte, já que aqui no meu quintal, estava muito bem servido de tantas montanhas que há ao meu redor e sempre deixava para uma outra vez.

Aproximava-se o feriado de agosto e já tinha subido várias montanhas, num ritmo de uma por semana, até que em uma conversa com o diretor da minha empresa, um ótimo escalador, montanhista e membro voluntário do resgate em montanhas, comentei se valia a pena dar um pulo até lá, pois sabia que de longe é muito bonito, mas estando lá, nem tanto.

Conversamos muito sobre todos os aspectos e me veio o conselho de que como era a mais alta e o simbolo dessa terra, deveria sim, ao menos uma vez ascender o monte.E porque não?

Escolhi o mês, que seria julho e fui preparar os equipamentos e aproveitei para covidar mais alguns amigos para um belo feriado na montanha.

A rota escolhida, foi a rota Kawaguchiko, preferida por muitos, já que o estacionamento é maior e a trilha mais curta.

Chegado o dia, partimos rumo a província de Yamanashi, pela rodovia expressa Chuo, até Kawaguchiko em seguida, pegando a estrada Subaru line até a quinta estação do monte Fuji e lá ficamos nos aclimatando por umas três horas.Como a quinta estação fica ã 2.304 metros e ganhamos altitude rapidamente, por ir de carro até lá, nada mais sensato que tomar essa atitude, já que muitos passam mal antes mesmo de chegar ao topo, por não tomarem devidos cuidados.

Começamos a subir às oito da noite para chegarmos lá à uma da manhã e esperar até amanhecer para ver o sol nascer, que é um dos espetáculos do lugar, fora o caminho que estava com um céu estrelado que só quem está lá em cima, pode apreciar.

Pode parecer que cheguei muito cedo lá, mas é que por volta das três da manhã, aqueles milhares de visitantes, que chegaram no dia anterior e se hospedaram nos lodges que lá tem em vários pontos, começam a sair em prossição, rumo ao topo e olha que são milhares, por uma trilha estreita, empurrando montanha acima quem estiver na frente, uma visão do inferno.

Enquanto se esperava o sol, aproveitamos para fazer a nossa refeição, tomar algo quente, pois o frio lá em cima é cruel, mesmo no verão e conversar com os vários montanistas que chegavam ao local.

Espera e mais espera, até que o sol começou a despontar no horizonte, trazendo o espetáculo da natureza ao vivo para os milhares de aventureiros que estavam lá a sua espera tendo as nuvens baixas a sua volta, fazendo todos suspirarem de tanta beleza.

Ficamos no topo até às cinco e meia, já que meu parceiro começou a passar mal e tive que desce-lo. Eita mal de altitude.

A descida é cansativa, pelo fato do visual monótono em volta do monte Fuji e pelas suas trilhas arenosas, mas é rapida e em questão de uma hora, quase duas, estavamos na quinta estação, saboreando um sorvete para refrescar do calor que fazia no dia.

Valeu a pena sim.

Para quem pretende ir o monte Fuji tem quatro rotas.

Yoshida-guchi/Kawaguchiko a mais escolhida, com 7,5 km e tempo estimado de subida de 6 horas.Fica a 2.304 mts de altitude.

Fujinomiya-guchi, com 5km e tempo estimado de subida de 5 hs.Fica a 2.380mts de altitude.

Subashiri-guchi, com 7,8 km e tempo estimado de subida de 5:40 min.Fica a 1.970 mts de altitude.

E por ultimo a rota Gotenba-guchi, que é a mais longa e pesada,ja que é formada por restos de lava vulcanica e suas cinzas, com 11km e tempo estimado de subida de 7hs.Fica a 1.440 mts de altitude.

Nos meses de julho/agosto a temperatura fica por volta de 4 graus a média max. e -5 graus a media min.

Com vontade?Então prepare os equipamentos, leve roupas de frio, consuma bastante liquidos, leve comida, caso não queira pagar os preços altos de lá e vá num ritmo leve, assim, não passará mal antes de chegar no topo.


Isso tudo se você for no verão, pois no inverno é outro caso.

A falta de fotos é devido a quebra da câmera que escolheu justo esse dia para me deixar na mão.Tive que apelar para doações de fotos,ninguém merece...


Foto:Mario Kenji
Texto:Kaoru Noda

Belezas naturais

A natureza mostrando a sua bela forma, em meio as folhas mortas, num tom azulado como o céu, flores das montanhas, solitária e bela nos ensinando o valor da vida.

Nada como fazer trilhas com toda essa beleza.

Foto:Mario Kenji

Texto:Kaoru Noda

terça-feira, 26 de maio de 2009

Kitadake-北岳3.193 metros


Monte Kita 3.193 metros(foto:Kaoru Noda)

Ano passado, estava a procura de mais uma montanha para ir, logo após subir o monte Fuji e fui dar uma olhada numa comunidade do Orkut, chamada Trekking Japan(na época, já que agora se chama Trekking Japão-Brasil, da qual me tornei co-proprietário) e vi que estava muito parado e sem muitos membros.

Foi então que resolvi agitar um pouco e postei que iria subir alguma montanha no feriado de agosto e que a escolhida era nada menos que o monte Kita(Kitadake) a segunda montanha mais alta do Japão, com seus 3.193 metros de altitude, perdendo em altura somente para o monte Fuji.

Em seguida, começou a vir respostas dos interessados, inclusive do dono da comunidade o Emerson, que gostaria de ir e levar o filho e amigo Jair,todos de Yamanashi para mais essa aventura.

Dias vão se passando e cada vez mais interessados em passar um feriado no alto da montanha e logo vieram respostas de adesão de vários membros, de várias províncias do Japão, como o Mario,Cassia, Simone, de Shizuoka, Edson e Regina de Aichi, Felipe de Gunma, Takeo de Gifu, já que daqui, íamos eu o parceiro Carlos, Jackson e sua namorada Cecília.

No decorrer dos dias, íamos nos comunicando e marcando o ponto de encontro com o pessoal todo, já que como éramos de regiões diferentes, tínhamos que estabelecer um lugar de encontro que fosse fácil de localizar por todos.

Tudo acertado e veio a resposta final dos que iriam mesmo e nessa, ja tínhamos duas baixas, que eram o filho do Emerson e o Takeo que se machucou, mas não tínhamos como adiar ou marcar para outro dia.

Chegado o dia, estavamos rumando pela madrugada até o ponto de encontro que foi a saída da rodovia expressa de Nirasaki, província de Yamanashi, duvidando que todos estariam no local, na hora marcada, mas para nossa surpresa, todos estavam lá, alguns chegando um pouco após a nossa chegada.

Cumprimentos, um café da manha(madrugada) na loja de convêniencia e partimos rumo a estação de Ashiyasu, para de lá pegar um ônibus que nos levaria até o começo da trilha de Hirogawara.

Para quem não sabe,muitos parques nacionais aqui, proíbem a entrada de automóveis particulares, para que tudo seja preservado ao máximo, por isso, os ônibus para nos transportar.

Chegamos a Hirogawara às seis da manhã e aproveitamos para verificar se tudo estava bem, conferir a trilha pelo mapa e ver se o tempo ajudava.

Tudo certo e la vai o pessoal, doze no total, para a mais divertida ascensão ao Kitadake.

Logo no início, aos vinte minutos, o Felipe desistiu de nos acompanhar, sentindo que não teria condições de chegar até o fim, da qual vi que foi uma atitude corajosa e também dolorosa, mas nos despedimos dele e seguimos em frente pela rota Shirane até a bifurcação Haponba/Kotaro rumo ao campo base Kitadake kata no koya que é um lodge,ja próximo ao pico do Kitadake.

A trilha, longa e cansativa é repleto de riachos de àguas limpidas, cachoeiras, flora, fauna e uma indescritível paisagem que os alpes do sul tem.

Como era feriado de agosto, estava cheio de montanhistas pelo caminho, o qual pela cultura do povo, costuma nos cumprimentar a todo tempo e nos dar palavras de ânimo para seguir em frente, muito bom isso.

Percorremos a trilha por aproximadamente seis horas e meia ate que avistamos o campo base, que para todos, foi um alívio, já que estávamos carregados com suprimentos, equipamentos e tudo mais, mas também estávamos com uma energia contagiante que fez com que chegássemos todos bem.

Chegada ao campo base e vislumbramos a visão do monte Kaikoma e Senjyou, muito próximo de nós e o imponente monte Kita a nossa frente.

Montamos as barracas e descansamos um pouco antes de subir até o topo do Kitadake, que estava próximo, cerca de quarenta minutos do campo base, mas mesmo a proximidade, não entusiasmou muito o pessoal a subir naquele mesmo dia, sendo que nesse dia só eu o Carlos,Jair e Emerson nos encorajamos a seguir até o topo.

Após quarenta minutos, lá estávamos, no topo da segunda montanha mais alta do Japão, vislumbrando o visual de várias montanhas ao redor, sua bela forma e uma fauna e flora de encher a alma e os olhos.

De volta ao campo base, acordamos os preguiçosos e fomos preparar o nosso jantar regado de cerveja e boa comida, entre conversas animadas, fotos e apreciação do visual ao redor, que fazia com que a refeição ficasse mais saborosa ainda.

Após a refeição,tomamos um café, chocolate quente,eu mais uma cerveja e ficamos conversando por horas até escurecer e ir para os aposentos cinco estrelas para uma noite de repouso merecido.

Não durou muito e o vento começou a castigar nossas barracas, foi quando acordei, já de madrugada, para conferir se todas os aposentos estavam em ordem e como vi que estava, voltei ao meu e aproveitei para comer uns biscoitos e apreciar uma lua cheia clareando toda a montanha, foi onde mesmo de noite, pude avistar o monte Fuji bem a minha frente.Que visual. mas como estava cansado, voltei a dormir.

Por volta de quatro horas, acordamos e ficamos esperando o nascer do sol, com um friozinho típico de montanha, em torno de zero graus.

Não demorou e o sol começou a dar sinal de vida junto ao mar de nuvens, que formava um cenário espetacular e seus tons avermelhados, que nos rendeu boas fotos para a recordação dessa aventura.

Terminado o espetáculo, tomamos o café da manhã reforçado e lá fui mais uma vez, para levar o pessoal que não se animou a ir no dia anterior para mais um belo visual do topo.

De volta, desmontamos tudo e começamos a fazer o trajeto de volta para casa, creio que a parte mais triste, já que apesar de termos reunido uma turma desconhecida, parecia que conhecíamos a anos, dado a solidariedade, amizade que alí se formou, o companheirismo e as boa risadas que demos durante o tempo todo.

Chegamos ao ponto de partida, após algumas horas e nos despedimos de cada um, prometendo fazer mais trilhas num futuro próximo.

Valeu mais essa montanha pessoal.

Obrigado a todos.

Texto e foto:Kaoru Noda

Kyougatake-経ヶ岳 2.296 metros.


Sino do templo do monte Kyou(foto:Kaoru Noda)

Na província de Nagano, encontra-se vários alpes, sendo eles os alpes do norte, central e sul e a cadeia de montanhas Yatsugatake.

Dessa vez, escolhi uma montanha pouco conhecida dos aventureiros e situado no pouco visitado alpes central.

O nome do monte é monte Kyou ou Kyougatake para quem preferir.

Na realidade, estávamos com planos de fazer uma ascensão ao monte Kiso de 2.956 metros, na mesma cadeia, mas com as condições de neve e gelo e a falta de material de alguns amigos, ficamos estudando uma subida para meados do final de junho, quando um grande amigo e parceiro de trekking, me ligou convidando para um pulo até o monte Kyou,(Kyougatake) que estava sem neve.

Liguei para mais alguns amigos e combinamos de fazer a trilha até o topo no dia seguinte,tudo muito rápido.

No dia seguinte, logo às seis da manhã, nos encontrávamos perto da saída da rodovia expressa na cidade de Ina, província de Nagano e conversando um pouco, chegamos a conclusão de que todos estavamos no mesmo pé, quero dizer, sem muitas informações sobre a montanha e sua trilha até o topo, já que mesmo em revistas e internet, éram pouca as referências, a não ser por um mapa da região.

Feito os preparativos, partimos rumo ao local onde situa-se vários templos e é a entrada para a trilha do Kyougatake.

Começamos a caminhar e logo passávamos pelos belos templos que estavam no início da trilha e estranhamos a falta de pessoas, mas não demos bola e seguimos em frente.

A trilha é composta por uma vegetação alta e rasteira, da qual invade a trilha o tempo todo, para não dizer que em certos pontos até encobre, dificultando a visualização, fazendo se necessário algumas consultas no mapa e na bússola, sem falar que é uma trilha longa, estreita e muito íngreme até o final, pondo a testar o preparo físico, ainda mais o meu, que já não estou tão jovem como a vinte anos atrás e ainda mais o cigarro, que me cobrou o seu preço, fora agora que estou parado, sem fazer nada.

Para quem está acostumado a outras montanhas e trilhas, vai notar que o monte Kyou é algo diferente,mas não deixando de ser uma trilha interessante, com sua bela flora e sua vida silvestre que enche o local de sons e cores, nos dando a certeza de que a natureza está firme e forte naquele lugar.

No caminho, logo na sétima estação, fizemos uma parada para tirar umas fotos dos monte Kiso(alpes central) e dos montes Kaikoma, Senjyou e Kita(alpes do sul), que mostrava sua forma imponente e bela o qual me fez sonhar com mais uma ascensão por aqueles lados.

Caminhamos por volta de cinco horas até o topo e paramos, agora para fazer uma refeição e descarsarmos, após uma longa e cansativa subida.

No topo, tentamos apreciar a paisagem a sua volta, mas a vegetação alta, tirou toda a visão, fazendo surgir comentários se valeu a pena ter ido até ela.

Como era um bate e volta, nos arrumamos e começamos a descida, já que na mata, escurece muito rápido e a temperatura cai drasticamente,principalmente nessa época do ano.

No meio do caminho, um dos parceiros notou que havia perdido os óculos e voltou para procurar, enquanto esperávamos, mais abaixo.

Após meia hora de espera,lá vem ele com seu achado e tudo resolvido, retornamos a trilha de volta, sempre acompanhado pelas cobras, abundante no local, mais do que pessoas, visto que nesse dia, só estavamos nós.

Por volta de cinco horas da tarde, chegava ao fim mais uma aventura.

Conclusão de tudo é que valeu a pena ter trilhado mais uma, apesar de não ter sido o que esperávamos, já que visual, só mesmo dos templos logo no início e sua flora e fauna.

Para quem quiser ir ao monte Kyou, vá com um preparo físico, água suficiente, já que não há postos de abastecimento e nem "koyas"(lodge) e comida suficiente, mesmo que seja um bate e volta, pois caso haja um imprevisto e tenha que "bivacar", você esteja em condições.


Texto e foto:Kaoru Noda

Ontakesan-御嶽山 3.067 metros


Lago no topo do monte Ontake(foto:Kaoru Noda)

A província onde moro, Nagano é um paraíso para os aficcionado por montanhas, já que só aqui, encontram-se mais de 1.159 picos registrados.


Essa imensidão, se torna maior se
juntarmos as províncias vizinhas, como Gifu, Yamanashi,Toyama, Shizuoka,Nigata, por exemplo, fazendo dessa região a maior área de montanhas do Japão.


Imagina você, que adora montanhas e no seu belo dia de folga, resolve ir a uma delas.Tudo bem, que todas elas ficam bem próximas(se você morar em Nagano como eu moro), mas não é fácil escolher, mesmo que veja em revistas especializadas é uma tarefa complicada.


Estava ja no mês de Setembro de 2.008, querendo fazer uma, antes da neve cair e estava nessa dúvida, quando consultando a relação das cem montanhas mais belas do Japão, me deparei com a foto do monte Ontake(Ontakesan).


Como nào tinha ascendido nenhuma montanha dos alpes central, não tive dúvidas que seria ela o monte Ontake de 3.067 metros, situado na cidade de Kiso, na rota 19.Querem as coordenadas?Situa se ao Norte 35° 53'"34'' e à leste 137° 28'50'', satisfeitos?


Minha sorte éra que trabalhava em uma empresa que muitos praticavam o montanhismo e escaladas, sendo que meus parceiros, aliás todos eles, bastava dar uma palavrinha que se não tivesse nada em vista, prontamente arrumavam os equipamentos e logo cedo partíamos para mais uma e numa dessas, convidei o Carlos, grande amigo e apaixonado pelo montanhismo que se prontificou a ir e convidou mais um amigo o Luciano e tudo pronto, lá estavamos nós para mais uma bela manhã ensolarada,subir o vulcão(sim o Ontake é um vulcão ativo).


O caminho até o início da trilha, passa por uma estrada bela e sendo outono, as folhagens ficam numa coloração amarelo/avermelhado, dando um tom muito bonito ao redor da montanha.


Iniciamos a subida logo cedo e pelo caminho, cruzávamos com varios monges, já que lá é um santuário também e vários montanhistas, de várias idades, desde os mais jovens mesmo, até os mais idosos, já que nesse país é abundante o número de praticantes dessa modalidade.


Do início até o topo, leva em torno de quatro horas e chegando próximo ao topo, dá para sentir o cheiro de enxofre exalado pelo vulcão, anunciando que estavamos próximo da nossa conquista.


Do topo, dá para avistar o lago formado pelo degelo, em tom azul/verde turquesa, muito bonito e as montanhas ao redor, dentre eles o monte Fuji o mais alto do Japão,com seus 3.776 metros e formando um cartão postal, fora as outras belas montanhas que compoem um cenário que só quem vai até o fim é agraciado com tanta beleza.


Esse dia foi especial, já que foi o batismo do nosso amigo Luciano, sua primeira montanha e logo um três mil metros, começou bem o garoto.


Fotos tiradas, belo visual curtido, barriga cheia e descansados, arrumamos tudo e pé na trilha de volta, montanha abaixo.


Essa montanha vai ficar na memória, já que também foi minha primeira montanha dos alpes central.


Agradeço ao Carlos e Luciano.Valeu, obrigado pela companhia e espero trilhar por mais caminhos juntos.


Texto e foto:Kaoru Noda